quarta-feira, 11 de julho de 2012

Contagem regressiva

Do momento que soube que a cirurgia seria marcada até a data da cirurgia, não tive mais uma noite de sono decente.
Foram 45 dias difíceis, e de muita expectativa. E para complicar mais ainda, minha licença maternidade estava chegando ao final.
Ou seja, ainda tinha toda aquela pressão para decidir o que fazer quando eu voltasse a trabalhar.
Para encarar a situação de uma maneira mais otimista, tentei focar nas coisas boas que a cirurgia nos traria e comecei a planejar como seria a nossa vida depois dela.
Planejei ficar sócia de um clube para poder ir na piscina com o João e curtir o verão e fiz contagem regressiva das trocas das plaquinhas.
Ao mesmo tempo comecei a treinar a moça que trabalhava na nossa casa e a minha mãe para cuidarem do João.
Eu estava tão ansiosa que meu coração dava pulos sozinho, como se a cada tantos minutos ele desse uma batida mais forte. Era uma sensação muito ruim.
Mas acho que é normal, e depois que superei isto, acabei aprendendo mais a me entender e a me controlar.
Quando faltavam semanas para a cirurgia fomos passar com o cirurgião e ele nos avisou que talvez fosse necessário fazer uma ileostomia de segurança no João.
Ele nos explicou que só saberia o que fazer na hora da cirurgia, mas que se ainda houvesse bastante aderência ele provavelmente optaria pela ileostomia de segurança, para dar tempo de tudo cicatrizar antes das fezes começarem a passar por lá.
Saí da consulta chorando, não esperava por isso... Mais UM mês com a bolsinha??
Mas acabei vendo que isso não importava. O que importava era o João ficar bem e se ele iria ficar um mês a mais com a bolsinha, isso não faria diferença nenhuma para ELE.
Além de tudo, confiávamos no médico e se ele achasse que isso era o melhor, que fosse feito.
Parei a contagem regressiva das trocas das plaquinhas e me preparei para o pior caso, que seria a ileostomia de segurança.
Mal sabia eu que essa não era a pior possibilidade.

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