sexta-feira, 13 de julho de 2012

A terceira cirurgia

No dia 2 de novembro de 2012 internamos nosso filho no Instituto da Criança de São Paulo (Hospital das Clínicas), pois a cirurgia iria ser feita no dia 3. Estávamos animados e preocupados ao mesmo tempo.
Sentia dó por ele ter que passar por isso, queria ir no lugar dele. Mas tinha chegado a hora e eu tinha que acreditar na força dele e na competência do médico.
Fizeram uma lavagem, colheram sangue, e depois fomos "dormir". À meia-noite demos a última mamadeira antes do jejum e me doía o coração pensar que ele teria que ficar sem comer por tantas horas.
No dia seguinte às 7:30 da manhã já estávamos nos preparando para levá-lo para o centro cirúrgico. Ele ainda não parecia incomodado pela falta de comida.
Foi no meu colo para o centro cirúrgico, sorrindo.
Chorei que nem criança quando a enfermeira levou meu bebê. É muito difícil e não tem nada que te falem nessa hora que te acalme.
A previsão era de que a cirurgia demoraria umas 3 horas. Demorou 7 horas.
Quando o médico entrou no quarto, eu já estava aos prantos achando que algo havia dado errado.
Ele nos disse que o João estava bem mas que não tinha boas notícias. Explicou que o João ainda tinha muita aderência e que ele não conseguiu passar o grampeador por todo o trecho que ele precisava, ou seja, não conseguiu finalizar o rebaixamento. Quando perguntamos quanto tempo demoraria até poder terminar o rebaixamento ele nos disse que provavelmente uns 4 - 5 meses.
O mundo caiu para a gente. Mais 4 - 5 meses de bolsinha? Como assim? Pensei em todos os planos que eu tinha feito, na contagem regressiva das bolsinhas... pensei em todos os artifícios que havia usado para suportar aquele mês que antecedeu a cirurgia, e não fazia ideia de como iria suportar a ansiedade dos próximos meses.
Fiquei olhando para o meu marido sem saber o que falar.
E aí o João chegou no quarto e tudo mudou. Ele precisava de mim. E nada mais importava.


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